Biblioteca de Alcântara
*ABRE DIA 5 OUTUBRO 2020*
O Palacete do Conde de Burnay
Henry de Burnay (1838 – 1909) nasce em Lisboa, na Freguesia dos Mártires. De ascendência belga, foi Conde de Burnay por mercê de D. Luís I, desde 7 de agosto de 1886, e foi O Senhor Milhão, nome dado pela imprensa da época, que Rafael Bordalo Pinheiro caricaturou com a legenda «Compra, vende, troca, empresta, põe, dispõe, impõe, repõe, fia, fura e faz». Capitalista típico da década de 80 do séc. XIX, Burnay era industrial mas também banqueiro. O Palacete situado na antiga Rua da Creche era apenas mais um entre muitos outros edifícios apalaçados pertencentes à família Burnay.
Neste Palacete funcionaram duas escolas. Nos anos 30 do séc. XX, foi aqui instalada a Escola Comercial Ferreira Borges, que terá funcionado até 1980, altura em que o espaço terá sido, temporariamente, ocupado por um anexo da Escola Secundária Fonseca Benevides. ‘Ferreira’, como era conhecida a escola, apenas resta a associação dos antigos alunos, com sede na atual Escola Secundária Rainha D. Amélia, onde se mantém a estátua do patrono, Ferreira Borges, da autoria de Lagoa Henriques. Ferreira Borges foi o principal autor do primeiro Código Comercial português, de 1833, também conhecido como o Código Ferreira Borges.
A Biblioteca No que respeita à centralidade e acessibilidades, a nova Biblioteca de Alcântara responde aos critérios definidos pelo Programa Estratégico Biblioteca XXI para as bibliotecas âncora. No caso da Biblioteca de Alcântara, e para além da sua estreita relação com a freguesia, o raio de ação estende-se às freguesias da Estrela e de Campo de Ourique, incluindo ainda o Pólo Universitário da Ajuda. Relativamente às áreas, o edifício, contando com a zona exterior, tem ca. de 1.800 m2, ficando aquém da tipologia BM3 – 2.600 m2. Tratando-se de uma reabilitação, o Programa prevê que as áreas possam ser inferiores, desde que contemplem espaços polivalentes (formação, cedências de espaço, etc.), auditório ou espaço afim e cafetaria, adequados às novas valências: - Leitura, informação e conhecimento - Educação e formação - Desenvolvimento e cidadania - Artes e Cultura - Encontros e Debate
A Biblioteca de Alcântara conta com 17 espaços funcionais abertos ao público: sala de leitura, espaços multiusos, espaço aprendizagem, espaço famílias, galeria, salas de estar, cafetaria, terraço e jardim.A Biblioteca de Alcântara, uma biblioteca pública, um dos lugares onde os valores das sociedades democráticas é amplamente experimentado, nasceu na rua onde foi assassinado pela PIDE o artista plástico José Dias Coelho, resistente anti-fascista e militante do Partido Comunista Português.
Num tempo complexo como o que estamos a viver, onde um pouco por todo o mundo e também na Europa, se fecham fronteiras e se erguem muros – os visíveis, de betão e outros, invisíveis, da intolerância, do preconceito, da indiferença – a abertura de bibliotecas públicas é um lastro de esperança na democracia e na luta pelos direitos humanos. Nesta medida, a abertura de uma biblioteca pública na Rua José Dias Coelho, antiga rua da creche, onde foi assassinado o artista plástico com o mesmo nome, deve constituir uma homenagem a todos os resistentes antifascistas portugueses e uma afirmação viva da democracia num tempo no qual alastram discursos anti-democráticos em todo o mundo.
As bibliotecas do século XXI, entendidas como espaços de inclusão, espaços de exercício e aprendizagem da cidadania, espaços intergeracionais, espaços de aprendizagem, de experimentação, de inovação, espaços de cultura e de formação de públicos constituem por excelência espaços capazes de promover diálogos, de criar parcerias, de promover o trabalho em rede, de trabalhar com diferentes públicos-alvo e com segmentos mais específicos dentro das grandes tipologias de públicos.
HORÁRIO: segunda a sexta: 10h -12h30 / 14h -17h abre ao 2º e 4º sábado: 10h -12h30 / 14h -17h
(horário e procedimentos adaptados às orientações da Direção-Geral da Saúde e às determinações da Resolução do Conselho de Ministros sobre a situação de calamidade, no âmbito da pandemia da doença COVID-19). CONTACTOS:Rua José Dias Coelho, 27-29 1300-327 LISBOA Telefone: 218 173 730 bib.alcantara@cm-lisboa.pt
[2020-10-05]
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