Descrição
«Já corpos velozes tingem o mar de aparições súbitas, para logo se refugiarem amedrontados no fundo da rede» – foi desta forma poética, a um tempo lírica e épica, que Artur Pastor descreveria o copejo do atum ao largo do Algarve, objeto dos seus primeiras trabalhos, datadas de 1943 a 1945 e realizados precocemente, aos 20 anos, quando cumpria o serviço militar em Tavira. Notava-se já então o que viria a ser a sua trajetória futura, naquilo que esta tem de mais essencial e perene: ao longo dos anos, primeiro como amador e, depois, como técnico do Ministério da Agricultura, Pastor cartografou o país de norte a sul, percorreu o seu litoral e interior, conheceu de perto as gentes que trabalhavam na faina d mar e no amanho dos campos. Fê-lo com um afinco e um desvelo tais que só são explicáveis por um profundo amor a Portugal e ao seu povo.