Descrição
Coleção Freguesias de Lisboa n.º 5
Na primeira metade do século XVIII, a freguesia da Encarnação era a zona privilegiada para a residência de famílias em palácios. Um local que estava, literalmente, “fora de portas”. Apesar disso, a disparidade entre as freguesias onde existiam palácios era visível pelo facto de a segunda freguesia mais popular, Sento-o -Velho, apenas albergar 8 residências nobiliárquicas, pouco mais de metade do número de Encarnação. Das 80 residências de titulares nobres portugueses na cidade, 15 tinham morada na Encarnação. A freguesia de S. José, por seu turno, apresentava apenas seis, localizadas no eixo junto às Portas de Santo Antão, na rua da Anunciada, na rua de S. José, no caminho de S. Sebastião da Pedreira, “ligando a cidade ao campo”.
O desenvolvimento espacial em Lisboa, antes do terramoto de 1755, apontava para a urbanização dos terrenos no interior, onde hoje se encontram Alcântara e Belém, e também para o ocidente, nas regiões adjacentes a Encarnação, onde se situam Moscavide e o Parque das Nações. Estes locais eram apreciados devido à existência de terreno suficiente para jardins e cercas ao redor dos palácios, ao contrário do que acontecia na malha apertada da cidade.
Como consequência de uma reorganização administrativa, oficializada a 8 de novembro de 2012 e que entrou em vigor após as eleições autárquicas de 2013, foi determinada a extinção da freguesia, passando o seu território integralmente para a nova freguesia da Misericórdia.