Descrição
Coleção Freguesias de Lisboa n.º 25
Junto ao templo dos santos mártires Veríssimo, Máxima e Júlia, onde existia o Convento das Comendadeiras, transformado por D. Manuel I, em 1501, em Paço Real, a Norte do troço conhecido como Rua da Esperança, que integrava o eixo viário das Portas de Santa Catarina a Belém, nascia, no século XVI o bairro do Mocambo, mais tarde Madragoa. O terramoto de 1755 pouco afetou o bairro. Não se registando vítimas, assinala-se a ruína parcial de alguns edifícios e a derrocada do Palácio dos Duques de Aveiro e do Convento das Bernardas.
Na Madragoa concentrou-se uma importante comunidade proveniente da região de Ovar, que ao longo de Oitocentos acabou por imprimir características específicas ao bairro. Enquanto os homens se dedicavam à pesca, as mulheres – conhecidas por ovarinas ou varinas – vendiam peixe pelas ruas da cidade ou trabalhavam nas descargas de carvão e de areia, marcando todo um imaginário lisboeta com a sua figura e pregões. A varina, o fado e a comemoração dos Santos Populares continuam inegavelmente ligados à cultura do bairro.
No entanto, o aspeto que melhor define Santos-o-Velho na atualidade é a heterogeneidade das suas vivências, onde a cultura tradicional se concilia com a atividade dos restantes agentes sociais, económicos e culturais (museus, teatro, dança, não esquecendo o design), assim como a sua variada oferta ao nível da restauração e da diversão noturna.