Descrição
«[…] tinha quarenta e dois anos, sentia-me com trinta e dois, e vivia como se realmente os tivesse. Nunca me passara pela mente que pudesse estar entrando no declínio. Trabalhava com intensidade, tinha amigos e amor, uma filha, e, após alguns anos de conflitos e dificuldades que resultaram numa crise de nervos […] ingressara numa comparativa rotina, que aproveitava para, nas horas vagas, aos sábados e domingos, e durante os serões, encher resmas de papel com a minha impublicável prosa de escritor português in partibus infidelium. Era a minha maneira de continuar a viver em Portugal, sem lá estar.
Coleção Leituras n.º 17