Descrição
Um pouco por todo o país, ainda pouco se sabia do que se passava na capital e do desenlace do golpe militar. Porém, em Lisboa, as pessoas saíam à rua, celebravam, saudavam os militares, invadiam a sede da Censura e do jornal Época, amigos abraçavam-se num misto de surpresa e alegria, gritavam-se palavras de ordem, rebentava o anseio e clamor pelo fim da guerra colonial, pela conquista da liberdade. O golpe transformava-se numa revolução. Felizmente, Ana Hatherly não seguiu as recomendações emitidas pelo posto de comando do MFA e saiu à rua para registar poeticamente este dia.
Partilhá-las aqui neste parlatório da antiga prisão política é materializar um dever e direito de celebração do 25 de Abril de 1974. Os rituais de celebração das conquistas da liberdade e da democracia são imprescindíveis para percebermos o seu valor e persistirmos na sua defesa intransigente.