Descrição
Em 1911, quando o arquiteto Ventura Terra traça os primeiros desenhos para o Teatro Politeama, já a Rua das Portas de Santo Antão era palco de forte dinâmica cultural, social e económica. Nela já tinham sido inaugurados edifícios emblemáticos, como o Coliseu, em 1890, o Ateneu Comercial de Lisboa, em 1895, e a Sociedade de Geografia, em 1897. O Politeama é inaugurado a 6 de dezembro de 1913, com a opereta Valsa de Amor, num edifício de clara inspiração francesa, com o seu grande janelão de ferro e vidro, ao estilo dos teatros de boulevard. Por cima deste, o dístico “Theatro de Variedades” era enquadrado em grinaldas Luís XVI, com estrelas de cinco pontas nas extremidades. Era ladeado por dois letreiros menores – “Música” e “O Rir” (alterado depois para “Comédia”) – que transmitiam explicitamente ao público o objetivo do espaço: polivalente e destinado a um público sem grandes pretensões.
A sala data de 1912 e o primeiro facto notável a assinalar é a conservação, da fachada, dominada pela varanda e pela decoração art deco, imponente no contexto da rua estreita mas notabilizada, diga-se assim, pelo conjunto de teatros que a cerca: o Condes, que vinha do seculo XVIII no mesmo local, o Coliseu, o que resta do Odéon e do Olimpia e, do outro lado da praça, o imponente Éden ou o que resta dele – e felizmente resta a fachada mais ou menos conservada como no original. E mais adiante, a formidável fachada arte nova do antigo Animatographo do Rossio.
Começou a exibir filmes em 1914 e transformou-se em cinema em 1927. Mas nunca deixou de ser teatro, na fachada, na sala e no palco devidamente modernizado. E hoje é um dos principais teatros de Lisboa
Coleção Lisboa Porta a Porta n.º 18.