A chegada dos portugueses a África abre a exposição “Império do Medo”, que nos remete para a tomada de Ceuta, em 1415, e o início das viagens de exploração, através da costa africana, definindo mercadorias capazes de “rentabilizar o empreendimento”: ouro, marfim, almíscar, malagueta, … e escravos. Para o efeito, foram instalados entrepostos comerciais em lugares estratégicos, reforçando a presença dominante e exclusiva que lhe fora conferida pela Santa Sé.

A exploração da costa africana, comporta um mundo de novos produtos e de uma nova mercadoria “escravizada”, dando lugar a novas relações comerciais e de domínio.

Os negreiros recorriam na tomada de escravos a intermediários locais que garantiam o abastecimento da “mercadoria – escravo” e o seu transporte até aos navios que os haviam de levar para as Américas.

Até 1650, existe um exclusivo ibérico do tráfico negreiro, em que os navios portugueses e espanhóis transportaram para o Novo Mundo cerca de um milhão de escravos.

Entre 1650 e 1800, as várias potências europeias deportaram para as Américas mais de 7,7 milhões de escravos, dos quais três milhões pelo Reino Unido.