
FUSO 2025 – Festival Internacional de Videoarte de Lisboa
- Sessão 'Gestos de Abundância' -
30 de Agosto de 2025 22:00
Entrada livreO FUSO – Festival Internacional de Videoarte de Lisboa regressa aos jardins e claustros da cidade a partir de 27 de Agosto.
O programa inclui sessões de videoarte gratuitas, com curadoria portuguesa e internacional.
Ao longo de seis noites, o público poderá assistir a dezenas de obras, bem como a conversas sobre diferentes formas de resistências, em vários locais de Lisboa, como no Jardim Maria José Moura – Biblioteca Palácio Galveias.
Sessão ‘Gestos de Abundância‘:
Apresentada pela Bienal Walk&Talk (Açores), esta sessão propõe uma viagem audiovisual por práticas artísticas que se debruçam sobre territórios em transformação – geográficos, afetivos, espirituais, ecológicos e políticos.
A seleção parte do tema da bienal de 2025, Gestos de Abundância, que desafia a perceção de escassez e reivindica práticas de comunalidade, interdependência e criação de mundos.
Quatro obras, quatro gestos distintos, traçam percursos entre a memória e o mito, a denúncia e o sonho, a terra e o corpo.
- Ecotone (Enar de Dios Rodríguez) propõe um ensaio visual sobre fronteiras e sistemas de controlo, entrelaçando natureza e cultura numa reflexão crítica sobre migração vegetal, agricultura extensiva e colonialismo, revelando o “desastre lento” causado pelos usos capitalistas da terra.
- Em Aclarar (Isabel Medeiros), a memória da erupção do Vulcão dos Capelinhos transforma-se num gesto fílmico onde imagem e arquivo explodem em simultâneo – uma exploração sensível da materialidade do esquecimento e do próprio tremor.
- Portal (Jane Jin Kaisen) invoca uma mitologia insular e cosmológica, dissolvendo as fronteiras entre pedra e pele, corpo e paisagem, num fluxo de imagens que pulsa como matéria viva e poética.
- A fechar, Soy Much (Soya the Cow) explode num manifesto queer camp que celebra a liberdade, a autoexpressão e a abundância dos corpos não normativos – humanos e não humanos.
Esta sessão traça linhas de afinidade que são simultaneamente concetuais e sensoriais: todas as obras envolvem um gesto de deslocamento e de escavação, seja do território, do arquivo, da linguagem ou do corpo.
Há uma escuta atenta ao mundo natural e às suas camadas simbólicas, uma vontade de reencantar o olhar e de provocar fricções entre crítica e afeto.
As geografias são diversas – dos Açores à Coreia, da Catalunha à Suíça -, mas os gestos tocam-se na procura de um cinema que expande a imagem como pensamento poético e político.
- Curadoria: Claire Shea, Fátima Bintou Rassoul Sy, Jesse James e Liliana Coutinho
- Organização: Dupla Cena
Dia 30 agosto, 22h00, na Biblioteca Palácio Galveias.
Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
No decorrer desta atividade, são captadas imagens e som para divulgação pela CML, entidade parceira ou promotora, nos respetivos meios de comunicação, como redes sociais e sites institucionais.