BIBLIOTECA ITINERANTE

A Biblioteca Itinerante de Lisboa voltou!

Em 1953, em Cascais, o escritor Branquinho da Fonseca criou uma biblioteca ambulante, composta por um atrelado puxado pelo seu próprio carro. A partir de 1958 as Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian levaram o livro e a leitura a todo o território continental e insular de Portugal. Como Lisboa não fazia parte do itinerário da Fundação em 1961 a Câmara Municipal de Lisboa cria o seu próprio Serviço de Bibliotecas Itinerantes.
Seguindo-se ao antigo serviço de Bibliotecas de Jardim dos anos 30, o concelho de Lisboa tem desde 1961 bibliotecas itinerantes ao serviço do livro e da leitura.

Hoje temos uma Biblioteca Itinerante, que descende destas, num tempo e lugar diferentes de outrora, numa Rede de Bibliotecas fixas de excelência, espalhadas pela cidade, numa resposta de cultura plural, abrangendo quase todas as freguesias.

O que motivou uma reflexão e consequente redefinição da ação da Biblioteca Itinerante. Esta redefinição que se efetivou em 2022 teve por base vários fatores, nomeadamente, o contexto pandémico gerador de acentuadas dificuldades e incertezas, a missão, visão, objetivos e valores da Rede BLX, as orientações da Agenda 2030 - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, as orientações/manifesto da IFLA-UNESCO 2022, bem como a Carta do Porto Santo.

Redefinimos o seu âmbito estratégico, para melhor servir as comunidades onde a resposta cultural na cidade não é plena, pretendendo tirar partido da sua mobilidade, fator diferenciador e de complementaridade no âmbito da Rede BLX, indo ao encontro de comunidades específicas para fomentar o acesso à cultura, ao livro e à leitura.

Assim foi identificado como território de trabalho a Freguesia de Santa Clara situada na zona norte do Concelho de Lisboa (PDM - UOPG 1), uma vez que neste território não existe ainda nenhuma biblioteca fixa da Rede BLx.

É uma Freguesia em crescente desenvolvimento urbanístico, onde coexistem novos Complexos de Habitação, Áreas de Urbanas de Génese Ilegal, Bairros de Intervenção Prioritária e Zonas de Intervenção Prioritária (BIP/ZIP).

A Biblioteca Itinerante adotou este território como prioritário enquanto serviço BLX de proximidade e está a construir esta resposta cultural à medida, em modo participado em todo o processo com os parceiros locais. Trata-se sobretudo de fazer um exercício de cidadania colaborativa em volta do livro e da leitura, num território com muito pouca oferta cultural. Neste sentido estamos a colaborar em estreita parceria com a Quinta Alegre, Lugar de Cultura, cuja programação e espaço de excelência marca, sem par, este território.

É um projeto piloto, para o qual a Biblioteca Itinerante por inerência quer ter vocação e cujas premissas poderão ser replicadas noutros territórios se assim se julgar pertinente.